Escrever, nem de longe é tarefa fácil. Você se depara com a folha em branco e, quando começa a transpor o que precisa para o papel, erros ortográficos passam despercebidos. Alguns deles parecem tão óbvios que sequer percebemos que escrevemos errado. É o caso do verbo “haver”, que na maioria dos casos em que é empregado não concorda com o sujeito ou tem sujeito inexistente. Ou seja, ele fica no singular independente do seu tempo e modo verbal.
Confira a seguir outros erros comuns na hora da escrita.
Onde
Muitos escritores tem o vício de usar o pronome relativo “onde” em vários momentos do texto. Mas ele só vale mesmo para indicar lugar. Em outros momentos você pode substituí-lo por “em que”, “no qual”, “nos quais”, “na qual” ou “nas quais”.
Pronomes demonstrativos
Um erro clássico é confundir o emprego dos pronomes demonstrativos “este”, “esse” e “aquele”. “Este” é usado para anunciar algo, como na frase “seu maior problema é este: falta de disciplina”. Já “esse” é usado para retomar algo dito recentemente.
Exemplo: “Seu maior problema é a falta de disciplina. Esse seu defeito atrasa todo o nosso trabalho”. Você deve usar o “aquele” para retomar um nome dito antes do último que aparece. Exemplo: “Prefiro metrô ao ônibus. Aquele por ser mais rápido”.
Concordância
É comum, no momento da escrita, concordar o verbo com a palavra que vem logo antes dele. Mas lembre que o verbo combina com o núcleo do sujeito. Ao invés de escrever “a participação dos alunos foram muito importante”, você deve escrever “a participação dos alunos foi muito importante”.
Pleonasmo
Evite escrever um texto com palavras muito repetidas e com ideias que chegam a um mesmo ponto. Outro problema comum é a redundância. Procure ler seus textos procurando por elas. Acredite, você irá encontrar trechos como “criar novas”, “conclusão final” e “antecipar para antes”.
Coloquialismo
Tudo bem utilizar gírias no dia a dia. Mas seu texto deve ser escrito na norma culta – salvo algumas exceções. O emprego de coloquialismo prejudica a credibilidade da escrita.
Clichês
Fuja dos clichês e generalização. O único trabalho deles em seu texto é dizer ao leitor que você não domina o que está escrevendo, e que é pouco original na escrita.
Palavras semelhantes
Cuidado com os homônimos e parônimos, aquelas palavras com pronúncia e escrita semelhantes. Esses equívocos acontecem, principalmente, por semelhanças sonoras entre palavras e expressões.
Como evitar erros
Existem 3 dicas de ouro para que você não cometa os erros acima em seus textos. O primeiro deles é não confiar cegamente no corretor. Ele irá te indicar apenas os erros de ortografia, e não de sentido. Se você usar uma palavra certa em um contexto no qual ela está errada, ele irá deixar passar.
Outra dica que vale a pena praticar é deixar o texto dormir. Deixe-o de molho por algumas horas e depois faça a autorrevisão, conforme indicamos no artigo “Autorrevisão: Técnicas para revisar o seu próprio texto”. Você certamente encontrará erros bobos que seu cérebro nem tinha notado na escrita.
Quando estamos acostumados ao conteúdo ou próximos ao deadline, pensamos que uma revisão rápida feita por nós mesmos é o suficiente. Mas ela não é. Peça para um amigo ou editor revisar o texto para você.
Gostou das dicas? Então agora é só prestar atenção e escrever melhor do que nunca. Aproveite a ótima sensação de transpor suas ideias para o papel.
O escritor Monteiro Lobato, famoso criador do “Sítio do Pica Pau Amarelo”, certa vez disse: “É mais difícil revisar um livro do que escrevê-lo!”
E ele tinha razão!
Quando escrevemos um texto, nós o revisamos antes de publicá-lo. Lemos e relemos muitas vezes. E a cada vez que o lemos, encontramos um ou mais erros. Quando pensamos que tudo está perfeito, vamos publicá-lo. Os responsáveis pela publicação lê o texto outras vezes, faz a revisão e, finalmente, o texto é enviado à gráfica.
Depois do texto impresso, vem a decepção: um ou vários erros passaram despercebidos. E agora? O que fazer?
Se escrever corretamente é difícil, fazer uma revisão cem por cento correta é praticamente impossível!
Monteiro Lobato tinha mesmo razão…