O exercício da revisão do texto em produção é tarefa árdua que acompanha todo o escritor, do iniciante ao mais experiente, e requer uma boa dose de honestidade intelectual e auto-crítica para que seja bem sucedido. O auxílio de leitores críticos, sejam eles amigos, outros escritores ou profissionais especializados nesse ofício, é sempre importante, e o feedback obtido daí pode ser a fronteira entre um livro bem ou mal sucedido em alcançar um grande público. Portanto, essa é uma fase da produção da narrativa que não deve, jamais, ser menosprezada.
No auge de sua empolgação com a sua própria história, ou do alto de seu tão prezado ego, alguns escritores iniciantes acabam caindo na chamada síndrome do “autor incompreendido”, e passam a acreditar que, se o seu texto não teve boa acolhida entre os leitores críticos, é porque estes seriam “insensíveis” às belezas nas entrelinhas de sua história. Esse sentimento de “o inferno são os outros” pode ser uma armadilha que acabará te isolando, e te desencorajando a fazer uma crítica honesta do seu trabalho – podendo, assim, aperfeiçoá-lo e torná-lo mais atraente para o seu público alvo.
Quando receber críticas sobre a sua obra em produção, procure acatá-las sempre de boa-vontade, e refletir se são válidas e se você não está se expressando a mensagem que quer transmitir com a clareza necessária. Aqui a soberba (que, não ao acaso, é considerada um pecado capital) é a pior companhia possível, pois pode te cegar em relação às suas fraquezas enquanto autor. Por outro lado, a humildade e a honestidade intelectual serão sempre parceiras valiosas, que te guiarão para o sucesso daquele ótimo livro que você tem na sua cabeça. Esse é o melhor caminho para melhorar a sua abordagem, e fazer a sua obra ter mais chances de se conectar com o grande público que você quer alcançar.
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