O que é o capitalismo social?
É um modelo que foge do chamado “capitalismo selvagem”. Nele a razão primeira de ser de uma organização e Estado é a produção de bens ou serviços que promovam o bem-estar social. Os resultados financeiros são consequência do objetivo principal. A ideia é criar remunerações justas, zelando pela qualidade de vida, respeitando a comunidade onde está inserida e o meio ambiente.
E é sobre esse tema tão necessário o livro Capitalismo Social: O que é? Como adotar? Por que ele pode mudar o Brasil?, de Maron Emile Abi-Abib, publicado em 2020 pela Editora Albatroz.
Durante sua trajetória profissional ao longo de 50 anos, Maron buscou garantir diálogo e democratização das estruturas de poder como estratégias para o crescimento humano juntamente com o crescimento dos negócios. Durante 12 anos esteve na Direção Geral do Departamento Nacional do Sesc (Serviço Social do Comércio) e em seguida estudou o capitalismo privado e de Estado para criar uma análise crítica e novas perspectivas. E dessa pesquisa surgiu a obra.
São mais de 500 páginas sobre o tema, divididas em 28 capítulos e com mais de uma centena de referências. Maron traz dados sobre História, sociologia, política e economia para mostrar que é possível – e necessário – promover o capitalismo social numa parceria entre Estado e empresariado como forma de aumentar a qualidade de vida da população. Um exemplo que dá é o do Sistema S brasileiro, no qual trabalhou por tanto tempo, e que pode servir de inspiração para outros países.
A ideia do capitalismo social não é nova. “Na segunda metade do século XIX, houve a primeira experiência de implantação de um Estado de bem-estar social na Alemanha, como alternativa ao liberalismo econômico e ao socialismo. Em um mundo tão desigual, essa iniciativa trouxe consequências consideráveis, como a adoção por alguns países e depois por organismos internacionais como a ONU de políticas de combate à pobreza e à miséria, e os ataques dos defensores do mercado como deus regulador da vida econômica dos povos”.
O autor explica que para repensar o capitalismo no Brasil recorre ao pragmatismo para combinar reflexões crítica, diagnósticos, prognósticos e propostas assentadas em artigos, dissertações, monografias e outros estudos de pesquisadores de diversas áreas de atuação. “A intenção é formular caminhos céleres que abreviem, acima de tudo, o pagamento da dívida social e educacional para com os brasileiros que mais necessitam e, principalmente, àqueles muitos que se encontram à míngua.”
Maron ainda comenta que nenhuma nação está livre da reestruturação capitalista, já que os impactos sociais negativos dos avanços das ciência e da tecnologia promovem desemprego em massa fazendo com que o ônus e responsabilidade de formular e implementar políticas públicas para reverter esse quadro. “Mas isso não é problemas apenas do Estado. O capital é corresponsável”, destaca. Assim, por meio de estudos e referências ele aponta caminhos alternativos para a reestruturação do capitalismo no Brasil.
A obra atiça no leitor reflexões sobre o capitalismo social, sobre como fazer com que o empresariado participe desse movimento e de coadjuvar o Estado na luta contra os problemas socioeducacionais e de combate à pobreza. “O livro é uma reflexão sobre a crise do capitalismo no Brasil e sua necessária e inevitável retomada crítica em face dos devaneios do consumo insustentável e do avanço das ciências e tecnologias observados em todo o país sem que haja na mesma toada o avanço das políticas de combate ao brutal e inaceitável aumento das desigualdades sociais”.
Capitalismo Social: O que é? Como adotar? Por que ele pode mudar o Brasil? tem prefácio do ator e ambientalista Mateus Solano e pode ser encontrado aqui na loja da Editora Albatroz.
Por Teca Machado
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