Aos 22 anos, Miguel Gustavo de Paiva Torres entrou na carreira diplomática. Foram 43 anos servindo o Brasil nas mais diversas partes do mundo. Conviveu com realidades sociais e culturais muito diferentes da nossa. África, Cuba, Europa, Índia, Oriente Médio e Caribe foram locais onde esteve ao longo dessas quatro décadas. Apesar de estar trilhando há anos o caminho da literatura, com teses, textos políticos e poesias, ao se aposentar em maio de 2008, Miguel decidiu escrever de forma mais íntima e pessoal. Decidiu trazer trazer a público experiências que poderiam ser de interesse geral. Então, em parceria com a Editora Albatroz, publicou sua primeira obra com viés autobiográfico: Memória dos Trópicos – Cuba o Centro do Mundo e África em Preto e Branco.
Segundo Miguel, o livro contém pequenas histórias do cotidiano da sua vida na África e em Cuba. “Procurei trazer uma descrição simples e da forma mais próxima possível à realidade que experimentei”, conta. O conteúdo é profundamente verdadeiro e isento de discurso ideológico de qualquer matiz. Assim, o leitor possa construir sua sua própria visão de mundo. Para Miguel, o belo trabalho editorial produzido pela Albatroz captou a essência dos textos e ajudam a transportar essas realidades vividas para o público que se aventurar pelas páginas de Memória dos Trópicos.
“Aprendi que o mundo é uma pequena aldeia e que somos todos iguais, independentemente de raças, culturas, meio ambiente e religião. Aprendi também que o bem e o mal fazem parte do ser humano. O processo civilizatório para um entendimento mais profundo do universo ainda está engatinhando. Além disso, as experiências de formas de governo e organização das sociedades humanas ainda estão em um estágio primitivo, no qual sempre prevalece a lei do mais forte”, destaca Miguel.
Vida literária
Por causa do trabalho, sempre esteve próximo da escrita e gostou de escrever. Desse modo, foi muito natural o processo de produção de Memória dos Trópicos. Quando completou um ano da finalização do livro autobiográfico, Miguel começou a publicar no Facebook pequenos textos sobre reminiscências da sua infância e juventude em Maceió, Alagoas. “A receptividade foi grande e os meus textos começaram a ser enriquecidos por lembranças dos amigos que fizeram parte da minha geração e do ambiente social e cultural em que nasci, vivi e cresci. Assim, em apenas um mês, fiz um mergulho compartilhado das minhas memórias das décadas revolucionárias dos anos 1960 e 1970”. E desse exercício de escrita, vai nascer um novo livro, que se chamado Memórias Ao Vento, que em breve será lançado pela Editora Albatroz. Como foi um processo feito em grupo, o título foi escolhido por votação no Facebook por todos aqueles que acompanharam a publicação dos textos no dia-a-dia. E um novo título já está em processo de escrita, chamado Vinho Tinto com Banana, sobre memórias da Alemanha e da França.
“Decidi pela edição eletrônica deste memorial e pelo sistema impressão por demanda. Novamente procurei a Editora Albatroz para transformar em realidade este novo projeto”, finaliza.
Por Teca Machado
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