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Criatividade e inspiração, ao contrário da crença popular, não apenas nascem com a pessoa. Como tudo na vida, elas são fruto de trabalho e dedicação. Elas podem – e devem – ser treinadas. E quanto mais você se esforçar nesse assunto, mais fácil vai ser.

Rodrigo Gurgel, professor de literatura e escrita criativa, crítico literário e escritor, dá aqui, em seu site, seis dicas sobre o assunto, de como utilizar ao máximo a criatividade:

1- Dedicar-se ao ócio

“O trabalho criativo demanda tempo — e, portanto, uma forma especial de ócio, que não é a completa ausência de perturbações ou inquietações da mente. Ao contrário, o corpo pode passar a ideia de inatividade, mas a mente trabalha de forma profusa.

O ócio é necessário porque nem sempre a primeira ideia é a que frutifica — e o escritor precisa aprender a controlar a incerteza, esse animal indócil que sempre o rodeia.

O intervalo de aparente inação varia de escritor a escritor. Você deve, portanto, encontrar o seu próprio tempo, desde que isso não signifique uma desculpa para se entregar à preguiça.”

2- Aceitar os ciclos

“Na busca para encontrar seu próprio tempo, você descobrirá como escrever é fatigante. Às vezes, engolfados por um fluxo intenso de trabalho, não percebemos o quanto ele nos desgasta.

Podemos sempre aprimorar a relação entre escrita e criatividade. Ocorrerão, assim, inevitáveis períodos de descanso. Mesmo durante eles, entretanto, você deve ter certeza de que quanto mais o escritor se agita em meio aos esforços do trabalho, mais a inspiração surge.”

3- Estar completamente presente

“Durante o ócio ou nos períodos de intensa atividade, o fundamental é ‘estar completamente presente’.

O passado e o futuro deveriam ser estranhos para nós. Você precisa se colocar inteiro no que está fazendo. Só agindo assim poderá extrair do presente todas as potencialidades que ele oferece. É ele — e só ele — que pode lhe conceder habilidades inesperadas, ideias e novos conhecimentos.”

4- Lutar contra o medo

“A superação do medo é um exercício sem fim. Por trás da nossa mente há um juiz incansável que fica nos sugerindo o que as pessoas dirão ou pensarão sobre o nosso trabalho.

Aceitar esse eterno censor é o primeiro passo para saber utilizá-lo em seu benefício. Ele não é de todo mau, se pensarmos em quantas idiotices esse juiz nos impede de escrever. O escritor que não tem nenhuma censura é também o escritor que não possui autocrítica.”

5- Criar disciplina

“Encontrar sua própria disciplina de trabalho é libertador. Diferente do que muitos pensam, caos gera caos. Todos os grandes escritores encontram a sua própria rotina, um pequeno nicho de segurança e de relativo aconchego no qual a criatividade flui.

O escritor precisa ter uma hora marcada para o encontro consigo mesmo. Precisa ter o seu ambiente, as suas manias, as suas pequenas formalidades.”

6- Unir tecnologia à produtividade

“A disciplina aumenta nossa produtividade. Mas podemos aprimorar ainda mais a relação entre escrita e criatividade. Podemos somar à nossa rotina o aparato tecnológico que está à nossa disposição.

O desenvolvimento do computador pessoal não cansa de criar ferramentas úteis para o escritor. Falando de minha própria experiência, seria muito difícil trabalhar sem a ajuda de quatro escravos fiéis: Scrivener, um completo, perfeito processador de texto, que transforma o Word numa ferramenta pré-histórica; Evernote, que me permite anotar e colher informações em todos os lugares e sincroniza essas notas, tornando-as disponíveis no desktop, na web e no celular; Freedom, que me liberta, durante o tempo que necessito, da urgência e dos apelos da web e das redes sociais; e Things, um gerenciador de tarefas que esvaziou minha mente de uma infinidade de tarefas.”

Por Teca Machado