Crédito imagem: Envato Elements

O escritor, ministro e teólogo americano Peter Leithart é responsável por dezenas de livros publicados, todos de não ficção. Com muito conhecimento e experiência, ele decidiu elaborar uma lista com cinco estágios da escrita de um livro. Seu esquema se aplica melhor para escritos de não ficção. Então, se você é um autor do gênero, essas dicas são para você:

 

Estágio 1: Ambição

 

Você começa planejando a escrita do livro definitivo, profundo, poético e extremamente popular a respeito de tudo. Ele fará com que os leitores chorem e riam. Seu livro será o momento transformador na vida de todo e qualquer um que o ler. Em comparação à euforia que seu livro induzirá, todas as outras abordagens possíveis parecerão obsoletas, simplistas e até mesmo inúteis.

 

Esse estágio é marcado por longos períodos de reflexões idealistas, notas mentais sobre a sua provável aceitação para um discurso no prêmio Pulitzer, decisões acerca de quais entrevistas declinar e, por fim, fazer pesquisas na internet de passagens na primeira classe para Cancun ou Praga, dependendo de onde você terá tempo para ir quando os royalties do livro começarem a chegar. Pouco trabalho é feito no estágio 1 enquanto uma boa possibilidade de avanço é gasta (isso se houver algum avanço, o que nunca acontece).

 

Estágio 2: Contração

 

Você reduz radicalmente o escopo do livro. Restringe o tópico e faz uma triagem nas fontes. Esse estágio se inicia assim que você se senta para tentar escrever algo e o barulho da carruagem alada do tempo começa a ficar mais agudo e vai se tornando cada vez mais alto e mais próximo.

 

Você se esconde da sua editora (se houver alguma) e, se ela quebra suas defesas, você fala sobre “esclarecimento”, “foco” e “reformulações”. Você começa a falar de suas ambições acadêmicas e tenta vender a ideia de uma modesta, mas interessante contribuição para sua área de pesquisa. Permaneça falando até que ela pare de escutá-lo; e é nesse momento, antes que ela pergunte se você já escreveu alguma palavra, que você desliga o telefone.

 

Você ouve uma voz em sua cabeça dizendo, “apenas escreva, droga”.

 

Pode ser que seja a voz de sua esposa.

 

Estágio 3: Pânico

 

Esse estágio ocorre, mais ou menos, dois meses antes do prazo final, enquanto você está olhando alguma coisa patética na tela de seu computador e, de repente, encontra-se paralisado de frente para uma pilha de livros intocados e artigos que precisam ser trabalhados. Você acaba se contentando em ler apenas resumos e contracapas e, aquele material que você acaba sem tempo de pesquisar, acaba indo para o armário.

 

 

Esse estágio é marcado por noites sem dormir, palpitações no coração, vergonha e pensamentos repentinos de suicídio ou de algum modo de fugir para um lugar bem distante. Aquela voz em sua cabeça volta a falar, “você nunca vai terminar, seu idiota imprestável”.

 

Novamente, essa voz pode ser da sua esposa ou até mesmo dos seus filhos.

 

O pânico é bom. É a crista da onda da criatividade e corresponde a um estágio de “transição” no trabalho. Uma vez que você teve uma boa crise de pânico, você está bem. Tudo ficará mais tranquilo a partir daqui.

 

Acredite em mim. Sou profissional. Sei como funciona.

 

Estágio 4: Obsessão

 

Esse estágio ocupa todo o último mês do projeto. Ele é marcado pela tendência de querer explorar cada experiência, cada conversa, cada compartilhamento randômico de informação. Você ouve insights brilhantes nas mais incoerentes divagações de sua tia demente e que talvez sirvam para algum tópico de seu livro; ouve a mesmíssima coisa no piar de uma coruja e acaba por ver algo brilhante no amontoado de creme do seu café com leite.

 

Você se convence outra vez de que seu livro é, realmente, um livro a respeito de tudo. Você começa a ligar para a sua editora.

 

Estágio 5: Encanto

 

Tem início assim que o manuscrito é finalizado. Lágrimas de alívio vem à tona enquanto escuta as antigas músicas melosas de sua época de escola. Você comemora bebendo um vinho especial e fuma um charuto que, por sua vez, deixa de ser apenas um charuto: ele simboliza seu triunfo pessoal e você se questiona sobre como esse arquivo gigante coube em seu computador. Aquela voz volta a dizer, “quem colocou aquilo, lá?” e, dessa vez, definitivamente, é a sua esposa.

 

Do encanto surge a ambição, pois, no final das contas, nem foi tão difícil assim e você tem por certo que pode fazer tudo de novo.

 

Fonte: The Pilgrim

 

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Por Teca Machado