Muitas vezes quando falamos a palavra “editor” pensamos em alguém que só corta um texto, sem dó ou piedade de quem escreveu aquelas palavras, mas na verdade esse profissional não é “malvado”: Ele está ali para transformar a escrita na melhor versão que pode ser.
Em entrevista à Nova Escola, Vanessa Ferrari, editora da Companhia das Letras, explicou como é ativamente a função:
“Nós trabalhamos diretamente com o autor. A gente lê o livro e faz sugestões, às vezes pontuais, às vezes mais estruturais – como enredo e construção de personagens. Depois, o livro passa por um preparador que também sugere mudanças. E, por fim, a revisão, que faz o pente fino. Um bom editor se coloca no lugar do autor, entende o que e como ele deseja contar a história e ajuda-o da melhor forma possível. Não podemos propor mudanças baseadas no que faríamos se nós tivéssemos escrito aquele livro. A voz do autor deve ser sempre respeitada. É ele quem dá a palavra final. No caso dos escritores internacionais, a preocupação maior é com a tradução, pois a estrutura do livro não é modificada.”
Escolha do livro
Além de trabalhar o texto dos autores, dentro de uma editora um editor é aquele que lê manuscritos e escolhe quais têm potencial para serem publicados.
No caso de obras internacionais, geralmente as empresas conversam com agentes no exterior que analisam os lançamentos fora e veem quais têm a ver com o catálogo da editora e têm chance de serem sucesso também no Brasil. E no caso livros dos nacionais, eles recebem muitos manuscritos direto de autores e de agentes literários (se você não sabe o que são e o que fazem, dê uma olhada nesse post).
Se você deseja mandar um livro para submissão numa editora, Vanessa Ferrari dá uma dica: “O cuidado com a escrita é o ponto principal. Nós recebemos muitos originais com um nível amador na escrita e uma linguagem excessivamente coloquial. Ou ainda com um excesso de clichês, frases feitas e ideias que se agarram ao senso comum. A ferramenta do escritor é a língua, por isso esperamos que ele tenha algum domínio sobre a narrativa. Na prática, procuramos principalmente obras que despertem interesse, tenham fluência, sejam bem amarradas e tenham personagens convincentes”.
Há um ditado entre os escritores que diz “O bom editor ajuda a melhorar o trabalho do autor”. Então não tenha medo do editor, saiba que ele está ali apenas para deixar sua história ainda melhor.
Por Teca Machado
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