Educação, Utopia de Gerações

Em “EDUCAÇÃO, UTOPIA DE GERAÇÕES” discute-se a educação que sempre foi praticada em nosso país com seu histórico de descasos e abandono ao focalizar a genealogia de uma família e sua luta pela utópica educação dos filhos. O texto retroage e penetra nos meandros da história para relatar a épica e trágica viagem de um grupo de imigrantes suíços que atravessou o Atlântico em frágeis veleiros em busca de oportunidades.
Cansados das intermináveis guerras que assolavam a Europa e impelidos pela fome, mais de mil suíços abandonaram suas terras em busca do eldorado
tropical. Numa epopéia iniciada no lago Nêuchatel seguiram, em toscas embarcações, pelo rio Reno até o litoral da Holanda. Depois de longa espera num acampamento insalubre, embarcaram em frágeis veleiros. Depois de enfrentar tempestades, fome e doenças que causaram muitas mortes,  desembarcaram no Rio de Janeiro e seguiram para a serra onde fundaram Nova Friburgo. A essa histórica aventura coletiva juntam-se outras histórias que se entrelaçavam. Uma delas, a de um ex-seminarista que, para sobreviver, transformou-se em mascate, trabalhou na colheita de café na fazenda de um dos imigrantes suíços e, depois de tornar-se professor na escolinha da fazenda, casou-se com a filha do patrão. Bem a propósito, a história começa com a formatura do curso primário numa pequena cidade do interior – alegria em cada rosto; cantigas, hinos, músicas, declamações.
Tudo bem singelo, a traduzir um modo de vida simples. A partir daí, o leitor é levado a participar da história de um garoto que se inicia com sua formatura e segue até a sua impensável entrada numa universidade. Uma trajetória recheada de dificuldades, todas superadas pela vontade pessoal e apoio familiar, entremeada de situações onde são evidenciadas a secular falta de consistência da política educacional brasileira.