Tecendo a Vida

Nesses treze contos a escritora Ana Loiola faz uma reflexão sobre sua trajetória de vida. Na Velha da Barca , quando ela estudava na UFF fazendo curso de História e regressava na barca das dez horas da noite, seu olhar profundo sobre as pessoas captava os sentimentos mais ocultos. No conto O Papagaio Integralista pode descrever com exatidão a figura de um papagaio que assistia às reuniões integralistas na casa e foi o responsável involuntário do destino de seu dono. No conto Preconceito tão discutido nos dias atuais a autora presenciou o drama de uma mulher negra que salvou a vida de seu vizinho racista. No Sorriso de Quécimo, a autora relembra os tempos em que dava aulas em Vargem Grande e lecionava para crianças da zona rural. Convivi com barcas, ônibus, bondes, trens, charretes, foi uma grande lição de vida que só enriqueceu meu mundo.

Sobre o autor(a)

Ana Maria Loiola de Morais nasceu em 26/07/1944 na cidade do Rio de Janeiro. Formada em professora pelo Instituto de Educação é também licenciada em História. Começou o curso na UFF ( Universidade Federal Fluminense) e terminou no CEUB, em Brasília. Deu aulas em várias escolas do Rio de Janeiro, nos subúrbios como: Realengo, Madureira, Vargem Grande e Quintino Bocaiúva. Trabalhou com alunos excepcionais o que lhe deu outra visão da vida. Estudou piano e tocava na adolescência na igreja durante a missa. Fazia parte do coral da igreja e sempre gostou de organizar festas. Em 2006 lançou o livro Girassol de poesias. Sempre gostou de escrever, tocar e cantar. Em 2006 teve sua música Tempo, do livro Girassol, classificada entre as finalistas do concurso de músicas do SESC. É casada com José Carlos Morais e tem dois filhos e três netos. Da janela do meu apartamento vejo o mar e as aves voando bem arrumadas fazendo movimentos geométricos na corrente do vento. Fico pensando na liberdade que elas têm e que tantos homens procuram em suas vidas diárias. Quantos se foram a procurar essa liberdade que só as aves têm? No conto “As Ilusões de Dona Cota” a velha senhora procurava se livrar da pobreza através de um casamento, mas seus sonhos de liberdade da pobreza se foram por água abaixo. As amarras sociais são muitas vezes cruéis. O que parecia a saída de todos os males, logo se transformou num tormento. Nem sempre podemos subir na escala social através da escada dos outros.