Mais do que um bom equipamento para fazer belas imagens é preciso do olhar do profissional. Quem está por trás da câmera faz toda a diferença entre uma foto/tomada tradicional e a arte. E é exatamente sobre isso que fala o livro Metáforas da Lente – O olho que fala, de Edilson Giachetto, publicado pela Editora Albatroz.

Giachetto, como é conhecido no ramo, tem uma vasta experiência no ramo de imagens. Durante 34 anos trabalhou na Globo Rio. Ao conversar com ele, escutamos várias histórias incríveis de bastidores, de como é possível transformar uma cena ao mudar um ângulo, ao pensar fora da caixa, ao trazer um simbolismo inesperado. “Para fazer arte não é apenas chegar lá e filmar uma cena, é preciso se preparar: Conhecer o texto, a locação, o trabalho do ator, a mensagem que o diretor quer passar. É importante pensar no conjunto”, afirma.

Ao longo de 10 anos, Giachetto anotou ideias, pensamentos, rascunhos e ensinamentos em qualquer papel que encontrava. “Anotava em tudo o que estivesse por perto, até mesmo guardanapos e folhas soltas. Sempre soube que queria escrever um livro sobre o assunto. Então comecei a montar o ‘quebra-cabeça’ e escrevi. Em seguida contei com a ajuda da Editora Albatroz para organizar tudo”, comenta. Desse modo, em 2018 nasceu Metáforas da Lente – O olho que fala.

Ensinar e inspirar

Apesar de no início da obra Giachetto contar um pouco da sua trajetória, de como desde a adolescência se encantou e se inseriu no meio artístico, começando com o parque de diversões de um amigo, circos e rádio, a obra não tem caráter autobiográfico. A ideia do escritor é ensinar e inspirar jovens aprendizes a despertar a criatividade, a buscar a sensibilidade que um artista precisa ter e como manter o entusiasmo mesmo depois de muito tempo fazendo a mesma coisa. “Você pode estar no capítulo 150 da novela, já cansado, mas precisa estar animado, criando algo novo em termos de imagens. Falo muito sobre isso e mostro que não é um trabalho apenas técnico. É artístico. É sempre necessário pensar novos caminhos, em qual mensagem quer passar com aquela cena”, explica.

Uma dica que Giachetto dá ao leitor é a de que ele precisa acreditar que é capaz de ter sensibilidade e criatividade: Basta despertar o potencial. “A maioria das pessoas é apenas técnica, mas ter essa chama da criatividade é o diferencial para se fazer arte”, afirma. E o livro não é apenas indicado para quem trabalha no ramo, mas para todos aqueles que desejam aguçar esses aspectos da sua vida.

Apesar de ensinar o leitor, Giachetto destaca que aprendeu muito enquanto escrevia o livro. Segundo ele, costumava dizer que a obra era como seu filho, que gestou e criou. Mas ao conversar com o escritor Carlos Nejar, um amigo, ouviu uma frase que o marcou: O livro, mais do que um filho, é um pai, porque ensina muito a quem o está escrevendo. “E eu aprendi e ainda aprendo. Na verdade, não para. Tenho sempre o que mais escrever”.

O autor ainda salienta que uma lente consegue transformar uma metáfora em simbolismo. “A câmera não mente. O que você faz de verdade convence”, finaliza.

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Por Teca Machado